Durante muito tempo, no Ocidente, o preto foi considerado uma cor pura ou verdadeira. Mas a invenção da imprensa, a difusão da imagem gravada e a Reforma Protestante lhe proporcionaram, como ao branco, um stuatus de menos importância. E com Newton - quando ele descobre o espectro da luz - tanto o preto quanto o branco não serão mais considerados cores. Somente no decorrer do século XX, a arte, primeiro, depois a sociedade e, por fim, a ciência restituem ao preto seu status de cor verdadeira. Este livro de Michel Pastoureau é consagrado à longa história da cor preta nas sociedades europeias. E como "acreditar, por exemplo, que uma porta preta que aparece em uma miniatura do século XIII [...] representa uma porta verdadeira que realmente era preta ao mesmo tempo ingênuo e anacrônico", é preciso estar atento não só só às práticas sociais da cor (vocabulário, tingimentos, vestuários, emblemas) como às suas implicações propriamente artísticas, levando em conta a simbologia ambivalente do preto, que ora pode significar uma boa influência (fertilidade, humildade, dignidade, autoridade, elegância), ora uma influência perniciosa (tristeza, luto, pecado, inferno, morte). Mas como falar do preto é falar do branco, do vermelho, do marrom, do violeta e até mesmo do azul, este lançamento do Senac São Paulo e da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo traz um material rico em informações e iconografia de altíssimo nível plástico, que busca inserir o leitor em sua ampla e multicolorida realidade.
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