Um apreciado purê de peito de galinha, farinha de arroz, leite e açúcar é uma das receitas mais da primeira obra de culinária impressa em português, em 1680. O livro, assinado pelo cozinheiro do rei de Portugal, refletia a transição dos hábitos alimentares medievais, marcados pelo sabor doce, para uma nova cozinha que moderava nas especiarias, introduzia os vegetais típicos da dieta dos camponeses ao cardápio carnívoro dos nobres e levava o açúcar para o final da refeição. As novas preparações seguiam os preceitos das descobertas científicas acerca do que fazia bem ao corpo, e a culinária adquiria o status de arte. No Brasil, tal arte encontraria seu tempero somente depois da instalação da corte no Rio de Janeiro, em 1808. Uma evolução de teor agridoce: os produtos e modos de preparo locais, ao mesmo tempo, que seduziam ao paladar de alguns estrangeiros, amargavam a desconfiança de outros, os quais consideravam inferiores. Saborosa na leitura, abundante nos ingredientes históricos e surpreendente na transcrição das curiosas receitas originais, Arte de cozinha é uma publicação do Senac São Paulo que incrementa o estudo da origem da boa mesa e de seu desenvolvimento no Brasil.
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